COLEÇÃO: CORDEL

Aqui se revela, na solidez da madeira e na eternidade da resina, a tragédia e a glória do sertão nordestino. Este chapéu de Lampião não é meramente um objeto, mas uma manifestação do espírito indomável que desafia o tempo e a morte. O sol, irradiando sua vontade de potência, encontra a lua, símbolo da dualidade e do eterno retorno. No centro, o cacto, vigoroso em sua resistência, emerge como a encarnação da vida que persiste, que se ergue das entranhas da terra seca. Este chapéu, com sua presença resplandecente e sua textura que evoca o couro, não é uma lembrança do passado, mas uma celebração da luta incessante, da força vital que pulsa nas veias do sertão. Aqui, o cangaço se torna mito, e o mito se eterniza nesta obra, que é ao mesmo tempo um grito e um silêncio, um tributo à dura beleza do Nordeste e à inabalável vontade de existir.